23 julho 2009

Uma terra de nerds




Nesse final de semana tive a oportunidade de ir pela primeira vez fantasiado à um evento que sempre me chamou a atenção: Anime Friends. Apesar do nome fazer referência direta aos desenhos animados japoneses que fazem tanto sucesso por aqui, o ambiente certamente não ficou restrito aos personagens nascidos na terra do sol nascente. Lá foi possível ver dos mais variados tipos de heróis e vilões da ficção de outras nacionalidades, sejam esses do cinema, da tv ou dos quadrinhos. Sim, isso mesmo, repito: os heróis e vilões estavam por lá. Esses seres fantásticos que habitam nossa imaginação e também nos ensinam tanto, mesmo que aparecessem na pele e figurino de muitos seres humanos dali ganharam vida naquele local, assim como costuma acontecer em muitos outros locais desse tipo.
Tudo isso é mágico, lúdico, especial, engraçado, legal e divertido. Acho que são até as melhores palavras para definir eventos desse tipo. Como eu não podia deixar passar essa oportunidade em branco, também entrei na ``dança`` com a minha tentativa, não tão bem sucedida por sinal, de me fantasiar de um personagem de histórias em quadrinhos. Em outras palavras, fiz o que as pessoas que fazem parte desse universo nerd chamam de ``cosplay``. Essa palavra é a abreviação de costume play, que pode ser traduzido do inglês por jogo de disfarces, refere-se à prática de se fantasiar de algum personagem real ou ficcional, concreto ou abstrato, como, por exemplo, animes, mangás, comics, assim como bem explica a Wikipédia neste link aqui.

Rikku (Ursula) e Yuna (Dafne)


Para a escolha do meu primeiro cosplay, resolvi pela opção mais prática para produzir um personagem. Ao mesmo tempo, acabei homenageando uma das maiores criações dos quadrinhos. Trata-se do The Spirit, personagem criado pelo lendário Will Eisner. Foi muito legal, mesmo não sendo o meu super-herói preferido, o Homem-Aranha. Afinal, mesmo lançando mão de qualquer inibição e vergonha para usar máscara, chapéu, sobretudo e gravata (ambos escuros) eu ainda não estou psicologicamente preparado para me lançar em um colante vermelho e azul com um aranha no peito. Ainda não.

Kakashi e Gon (Viviane)


O mais legal de toda essa experiência é ter certeza que a idade não é um impedimento para participar da brincadeira, algo que para alguns certamente seria um bom motivo de desculpa para não entrar de cabeça nessa ``terra do nunca`` que é esse mundo cosplay cheio de seres como Homem-Aranha, Naruto, Goku, Coringa, entre tantos e variados outros. Não ter uma idade especifica para ter essa experiência única é importante, pois lhe dá a chance de realizar ao mesmo tempo um sonho de criança e de recuperar lembranças de uma época mais inocente.
Sendo assim, posso entender melhor o que é fazer um cosplay e o quanto vale a pena se despir daquela realidade séria e chata chamada vida adulta para curtir mais a vida com atividades que não só deixam a criança como o super-herói que existem dentro de mim morrerem no limbo do esquecimento. Para mim, essas são idéias que só foram reforçadas no meu coração e em minha mente nesse dia de cosplay.

20 julho 2009

Espantando os males


Certa vez tive a oportunidade de escrever sobre a energia musical e como essa é um importante emissor e transmissor de positividade. Lembro que naquela ocasião eu me divertia bastante com algo que adoro fazer até hoje: cantar. Mas era só para mim mesmo tanto na frente do computador como em outros ambientes mais ``solitários``, o que com certeza não mudava em nada a sensação de prazer inevitável que eu sentia toda vez que cantava as minhas músicas preferidas. No entanto, tive a oportunidade de descobrir essa noite mesmo o quanto vale a pena se arriscar levando sua vontade de cantar para outros palcos. No caso em questão, o de um karaokê.
A vergonha e o medo de pagar um mico geral, quem sabe um King Kong, sai pela boca em forma de letras cantadas com alegria e descontração para quem, como diz o ditado, quer espantar os males de sua vida. Mesmo quando a voz não é bonita, o que com certeza é o meu caso, o importante é se divertir sem se importar com vaias e erros de sincronia.
Cantar é muito mais do que aparenta. É uma viagem pela imaginação transformando cantores ou cantoras definidos pelo amadorismo em profissionais prontos para brilhar com um microfone na mão. Para quem se envolve com a letra de uma música, cantar é também uma autoconexão. Em outras palavras, é uma poesia do som.
A música, essa forma de diálogo única, tem como objetivo passar mensagens criadas muitas vezes com o intuito de fazer com que o receptor/ouvinte tenha a oportunidade de refletir sobre palavras que expressam e compartilham experiências de quem as dá vida. Dependendo da ocasião, isso pode te tocar o coração deixando bem claro que esse orgão do corpo humano tem uma sensibilidade diferenciada.
Há várias músicas que adoro cantar, uma delas inclusive ajuda a ilustrar um pouco a idéia que busquei passar neste texto. Segue um trecho dela: ``Então deixa a música controlar sua mente. Apenas relaxe e você descobrirá. Você vai voar para longe. Fico feliz que você esteja no meu caminho. Adoro enquanto estamos viajando juntos. A música é tocada para o amor. Viajar é feito para o amor. Adoro quando estamos viajando juntos.`` (Cruisin de Huey Lewis & Gwyneth Paltrow no filme ``Duets``)

18 julho 2009

Divagações sobre o olhar



Creio que em muitas situações da nossa vida temos a oportunidade de refletir sobre como realmente percebemos o mundo a nossa volta ou, mais especificamente falando, sobre a forma como entendemos o outro no ato de sua comunicação. Sei que parece um pouco vago esse inicio de texto, mas trata-se de uma divagação noturna feita apenas com o intuito de ser uma espécie de desabafo. Por isso, não se importem com a minha falta de rumo desta vez.
O que mais me motiva a pensar sobre esse assunto e refletir sobre isso é que a comunicação é nada mais nada menos do que um espelho do que e quem realmente somos por dentro. Muitas vezes é por ela que revelamos nossas faces ocultas que, por sua vez, podem confundir a idéia de identidade própria. Mesmo que analisemos a comunicação pensando em emissão - processamento - mensagem - recepção sempre há de se levar em conta que não se trata apenas de uma questão puramente racional como essa ``formula`` aparenta mostrar pela sua estrutura.
Quem nunca se questionou pelo menos uma vez sobre o fato de ter sido entendido errado ou não? Eu já fiz isso e acredito ser necessário esse autoquestionamento, pois nem sempre temos como ter certeza de como o nosso receptor processa nossa mensagem, ainda mais quando há questões emocionais envolvidas. É ai que entra, na minha opinião, o peso da palavra, o seu impacto claro e, talvez, perceptível a olhos nus seja através de reações adversas como tristeza e raiva.
O grande problema é que nem sempre quem comete o erro de atacar o outro com palavras tem a intenção de fazê-lo com o intuito de machucar. O que não o torna isento (a) de culpa, pois até mesmo na comunicação simples e verbal há como palavras se transformarem em punhais e terem provavelmente a mesma eficiência quando o assunto é ferir por dentro.
Por isso, penso que a cautela na comunicação é uma boa estratégia para se relacionar com as pessoas. Comunicar-se sabiamente é ter um poder que implica muita responsabilidade, pois a mensagem certa dita da forma correta é capaz de provocar mudanças que não ficam apenas no campo da fala mais influenciam decisivamente na hora da ação. Sendo assim, é sempre bom lembrar que grandes poderes trazem grandes responsabilidades.